ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA

LENDA DA TORRE DOS NAMORADOS

 

A Lenda descrita anteriormente foi narrada ao autor desta página, por elementos da população adulta, em cerca de 1975. A actividade principal dos habitantes da Torre dos Namorados é agrícola e o seu saber está repleto de lendas e outra histórias que justificam vários fenómenos. Acreditamos que esta é a sua forma de explicar a toponímica desta localidade e que, frequentemente, parecem acreditar na história.

Evidentemente que na Lenda abundarão os elementos de ficção. Contudo, seria interessante, verificar o que de facto aconteceu na Torre dos Namorados. Inclusivamente seria interessante verificar por que motivo e quando a localidade deixou de ser conhecida pela designação de Torre dos Namorados e passou a ser apelidada de Quintas da Torre.

A verdade é que têm, esporadicamente, sido descobertos alguns vestígios que deixam adivinhar que por ali aconteceu alguma coisa de relevo.

Aquando da realização de algumas construções foram encontrados alguns vasos que foram encaminhados para os museus da região centro. Paralelamente, são encontrados blocos de granito e argila e alguns capitéis correctamente talhados e polidos cuja origem e finalidade carece de melhores explicações.

Por outro lado, e a propósito da canalização narrada na lenda, existem alguns blocos graníticos, geometricamente talhados, com um corte ao meio de cerca de 10 centímetros, também geometricamente esculpido, como ilustra a fotografia. Se se juntarem dois destes blocos com o corte frente a frente, facilmente se deduz que um conjunto destes blocos alinhados se destinaria a uma canalização. Diz a população que essa canalização tinha início na Rapoula, que se situa a meio da Serra da Canaveira ou da Covilhã Velha e acabava na Torre.

De igual forma, e em relação à suposta torre, diz José Germano da Cunha, em livro existente na Biblioteca Municipal do Fundão, que ainda no século XIX ouvira falar dela, "muito alta e com seteiras".

Consta que os blocos principais da torre, à semelhança do que aconteceu com os do castro da Covilhã Velha, serviram para a construção de casas e que muitos desses blocos existem nos alicerces de casas, ainda hoje habitadas.

Estas suposições estão ainda por verificar. Contudo, o que é lamentável é que, por exemplo, em relação aos blocos de granito da pretensa canalização, os mesmo se encontrem ou a servir de divisão de terrenos ou completamente ao abandono e ao dispor de almas menos informadas ou escrupulosas que, a qualquer momento, as poderão remover e utilizar para os mais diversos fins.

 

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