Construção Tradicional

A construção de casas de granito com balcão de acesso ao primeiro andar não difere muito do tipo de construção das casas da Beira Baixa.

De uma maneira geral, as casas eram construídas com blocos de granito cuidadosamente esculpidas geometricamente nas ombreiras das portas e janelas que, usualmente, eram caiadas de branco.

O resto do edifício era composto de blocos de granito meio toscos e já sem muita perfeição. O telhado era composto à base de telha vã e o chão térreo ou com lajes de pedra.

 

Inicialmente, após o casamento, os jovens ainda sem muitos rendimentos ficavam a viver em casas térreas, simples, quase sem divisões e com poucas aberturas. 

Tempos depois, era frequente essas casas serem acrescentadas e melhoradas à medida das posses dos casais. As casas de famílias já com algumas posses eram compostas por rés-do-chão e primeiro andar.

 

No primeiro andar vivia a família e existia uma cozinha com lareira, não raro sem chaminé,uma vez que a telha vã permitia o escoamento do fumo, uma pequena sala e os quartos.

O rés-do-chão era reservado aos animais: cabras, ovelhas e, no caso do rendimento provir das jeiras de terra que o ganhão arava, uma junta de vacas.

 

O rés-do-chão servia ainda de espécie de arrecadação ou loja onde se guardavam os cereais, as batatas, o azeite e a salgadeira que continha, conservada, a carne de porco. Potes de barro continham também o mel ou os enchidos conservados em azeite. 

Muitas vezes a cozinha era um anexo à parte da casa principal e o primeiro andar era reservado apenas à sala e quartos de dormir.

Era frequente existir sempre nas redondezas da casa principal um "poleiro" (galinheiro) que se destinava apenas ao pernoitar das aves domésticas que, durante dia, andavam à solta nas cercanias da quinta. Este galinheiro tinha a forma circular e era construído por blocos toscos de granito. A cobertura imitava a abóboda de um forno e era construída à base de barro amassado. A porta era de dimensões muito reduzidas, de madeira e amovível. Trancada ao anoitecer por um calhau rectangular vertical, protegia galinhas, perus e patos dos ataques do elevado número de raposas que então existiam

Outro edifício das proximidades da casa principal era o curral dos porcos, designado por "furda". A construção da "furda" não diferia muito do "poleiro": apenas se acrescentava um pequeno recinto a céu aberto construído por calhaus toscos alinhados na vertical que delimitavam o espaço ocupado pelos bácoros durante o dia.

Indispensável na quinta torrense era o forno de pão utilizado quinzenalmente pelos seus proprietários e cedido sempre que necessário a vizinhos com menos posses.

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