Peças Acessórias

 

1. Asa de balde, de cobre.

Nš de Registo: 69.11.04

 É constituída por uma fina chapa de cobre ou bronze, com a espessura de 1,5 mm, que parece ter sido repuxada e martelada por caldeamento, de modo a obter-se a forma adequada que apresenta. Uma das suas extremidades em curva acha-se estirada, o que poderá ser atribuído a excesso de peso do vaso que suportava.

Por hipótese razoável, parece-me que pertenceria precisamente ao vaso 2, porque apresenta um afastamento entre ansas, igual à distância entre as argolas do vaso.

Em toda a bibiliografia e colecções que percorri, não encontrei paralelo para esta peça. As asas que mais se lhe aproximam, são quase sempre rematadas por cabeças de cisne ou cobra.

 

2. Asa de balde, de ferro.

Nš de Registo: 69.11.05

É formada por um varão octogonal de ferro, que parece ter sido repuxado e recurvado ao fogo. Tem uma secção média de 6 x 6 mm. As duas extremidades são recurvadas para cima e apresentam, como remate, duas cabeças de cisne ou cobra, que ilustarm perfeitamente o que dissemos no anterior parágrafo. Este tipo de asa é bastante vulgar, quando em cobre ou bronze; em ferro, e com a secção que apresentamos, não conheço similar. No entanto, podemos explicar a sua raridade, em grande parte, pela relativa efemeridade do material constituinte, que, neste caso, se apresenta muito corroído, embora as excepcionais condições de jazida a que ficaram sujeitas todas estas peças tenha contribuído para que este objecto apresente ainda um bom núcleo metálico.

A sua curvatura seria quase circular, se não fosse uma ligeira dobra na parte superior do arco, que uma vez desfeita permitiria fazer atribuir esta asa ao vaso 3, hipótese esta que propomos.

 

3. Pé de balde, de cobre.

Nš de registo: 69.11.01

A determinação da serventia desta peça e da que se segue apresentava-se muito problemática, uma vez que a bibliografia e colecções consultadas não incluiam nada de comparável. Em Outubro de 1969, obtive finalmente a decifração da função destes objectos: tratava-se de pés de baldes, que eram soldados por 3 ou 4, no fundo desses recipientes.

A peça considerada, tem de comprimento 50 mm e uma espessura média de 6 mm. Por comparação (...) podemos atribuí-la ao século I d.C..

 

4. Pé de balde, de bronze.

Nš de Registo: 69.11.02

De igual modo, a utilidade desta peça, bastante diferente da anterior, ficou resolvida na mesma ocasião. Tratava-se também dum pé de balde. A peça parece fundida num bronze em que entra uma forte dose de chumbo - facto este verificado durante os trabalhos de limpeza, - e tem de comprimento 70 mm, uma largura média de 21 mm e a espessura média de 11mm.

Por comparação (...) podemos atribuir este artefacto ao século I d.C..

Asas e pés metálicos

 Gustavo Marques, in O Poço da Estação Romana da Torre dos Namorados, Volume VIII, Conímbriga, Faculdade de Letras e Instituto de Arqueologia, Universidade de Coimbra, 1969.

 

 

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